Você está em dúvida sobre o que é especulação imobiliária?
De forma resumida, é um tipo de operação comercial com a qual se pretende obter o lucro pela diferença entre o preço de um bem no momento presente e o preço do mesmo bem em um momento futuro.
Portanto, baseia-se na compra de um ativo no momento atual tendo em vista a previsão de um aumento no preço do ativo no futuro.
No caso dos imóveis, o objetivo é revendê-lo com margem de lucro. Mas quais são as vantagens e desvantagens?
Continue lendo para entender este fenômeno.
O que é especulação imobiliária?
Vamos entender o que significa especulação imobiliária. Mas, antes, é interessante lembrar que a especulação é algo que ocorre também em outros segmentos, e não apenas no setor de imóveis.
Por exemplo, acontece no mercado de Day Trade ou na Bolsa de Valores. Ao contrário do que se possa pensar, não é um evento recente. A crise de 1929 na Bolsa de Nova York ocorreu devido a uma especulação financeira.
No setor imobiliário, ela acontece quando se investe em bens imóveis com o intuito de no futuro conseguir retornos financeiros maiores que os de outros investimentos.
Esses bens imóveis podem ser, por exemplo, prédios, casas, terrenos ou escritórios comerciais.
Quando se fala especificamente da compra de terrenos, trata-se de adquirir áreas não edificadas na expectativa de que se tornem edificáveis. E, também, para poder construir e depois vender esses imóveis com os consequentes ganhos.
Com isso, os retornos financeiros, ou o lucro, não acontecem devido ao investimento para o uso imediato do bem adquirido. Eles têm como parâmetro a elevação dos preços.
Então, o que causa especulação de imóveis é a expectativa de lucro futuro.
Como funciona?
Vamos ver agora como ocorre a especulação imobiliária no Brasil.
Existem muitas causas que influenciam o valor de um imóvel. Por exemplo, a cidade, a localização, a demografia e as condições de infraestrutura.
Além disso, quanto mais pessoas se interessarem em viver em determinado local, a tendência é a de que os preços aumentem.
No entanto, o número de imóveis e de terrenos prevalece em quantidade limitada, mesmo com o aumento da demanda.
Quando acontece a especulação de imóveis, o proprietário do imóvel tem a expectativa de valorização do imóvel.
Tal valorização pode ocorrer, por exemplo, com o crescimento econômico local ou mesmo investimento público em segurança ou infraestrutura, que inclui transporte, rede sanitária, iluminação, parques, entre outros.
No entanto, quando a valorização não acontece no futuro, o proprietário também corre o risco de ter prejuízo.
Não significa que ocorrerá necessariamente uma queda no preço do imóvel. Pode ser que apenas haja uma valorização que não foi maior que a de outros investimentos.
Com isso, muitos espaços ficam desocupados, enquanto esses locais poderiam ser aproveitados para construção de residências ou mesmo lojas e comércio.
Vale lembrar que, ao especular um imóvel, o investidor não tem nenhuma garantia de que haverá realmente lucro futuro.
Quais as consequências?
Quando se fala em especulação imobiliária nas cidades, entende-se que, de certo modo, elas são afetadas de forma negativa.
A razão é que se criam lacunas na malha urbana que impedem o crescimento natural de perímetros urbanos.
Como resultado, as cidades se expandem para locais mais afastados do centro. Isso acontece apesar de haver disponibilidade de espaço em locais mais estratégicos.
Outra consequência negativa da especulação de imóveis é a desestabilização do mercado.
Se os preços sobem, mas a demanda permanece constante, o mercado pode recuperar seu equilíbrio sem causar muito dano ao sistema.
No entanto, o risco maior surge quando existe uma queda acentuada na demanda, o que reduz o valor das propriedades.
Ou seja, a especulação de imóveis pode causar uma bolha imobiliária. Essa bolha acontece porque, quando os preços dos imóveis aumentam, muitos investidores querem investir nesse tipo de negócio, empurrando os preços para cima com o aumento da demanda.
Dessa forma, para atender às demandas dos investidores, as imobiliárias e construtoras se dedicam a captar cada vez mais recursos para atender o mercado, formando uma espiral especulativa.
Os que atuam neste mercado querem comprar um imóvel com a expectativa de vendê-lo a um preço melhor.
Portanto, com a especulação, quando os preços não param de subir, a decisão dos investidores de ter essa grande oportunidade os leva oferecer mais dinheiro por um determinado bem, pois têm a estimativa de que o preço continuará subindo. E, com isso, esperam obter lucro.
Ou seja, quando o aumento de preço se torna um ativo muito atrativo para os investidores, muitos deles querem ter esse ativo, o que leva ao excesso de demanda, elevando os preços.
Especulação imobiliária e gentrificação
Com a especulação de imóveis, surge também o processo de gentrificação.
Para quem não sabe, a gentrificação é um fenômeno no qual um bairro da cidade, habitado por classes de baixa renda, começa a ser ocupado por empresas e pela classe média e alta.
O processo de gentrificação começa quando entidades, privadas ou públicas, decidem investir na construção de áreas degradadas da cidade, em geral localizadas em posições estratégicas.
Com isso, existe uma melhoria desses locais, e também a valorização, o que leva os moradores que antes o habitavam a buscar moradias em bairros mais periféricos.
É um processo que ocorre em todas as cidades do mundo. O que implica esse fenômeno, que muitas vezes é rápido e se completa em apenas alguns anos?
Em primeiro lugar, envolve um aumento dos preços de compra, venda e arrendamento de habitação.
Portanto, este é um dos problemas dos centros urbanos que se deve, em parte, à especulação. No caso da gentrificação, existe a expectativa de valorização futura do local, mesmo que seja periférico.
Especulação imobiliária é crime?
A especulação de imóveis não é considerada crime. O motivo é que não se pode proibir alguém de fazer investimentos com o intuito de obter lucro.
No entanto, é comum que governos adotem medidas para freá-la. Por exemplo, com maior imposição de impostos voltados para pessoas que têm imóveis que não têm utilização social.
Então, conseguimos esclarecer suas dúvidas?
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